segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Reformas...



Ela acordou disposta a fazer uma reforma em sua vida: roupas, calçados, baús, estilo, preconceitos... Queria ser uma nova mulher. Jogaria tudo que remetia ao passado mórbido na lixeira da esquina. Ela se atualizaria.
Clareou os cabelos, tatuou asas de borboleta nas costas. Comprou um computador portátil, um novo perfume, um vestido ousado. Apagou números de sua agenda telefônica. Jogou seu celular no rio poluído de sua cidade.
Na hora de arrumar as gavetas, olhou fotos antigas e chorou. Tinha que ser forte. Rasgou-as e, do décimo andar, jogou recortes picotados da vida antiga. O vento levou suas memórias.
Dormiu uma, acordou outra.
Doeu, mas valeria a pena. Tinha que valer.
Saiu de casa mais cedo, de propósito errou o caminho, comprou flores na esquina e se presenteou. Olhou para o céu e agradeceu pelo dom da vida. Nova vida...  


Liliane Balonecker

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