segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Velhice

Um dia ele acordou
E já não se lembrava de memórias de ontem
mas passeava em jardins de passados distantes
seus cabelos brancos deixavam implícitas suas extensas vivências
as rugas marcavam valas de dores sofridas
mas nessa manhã ele não lamentou
esqueceu-se da velhice
era então feliz como antes
deixou um recado escrito com trêmula letra  na cômoda
pegou seu chapéu e partiu
para onde? Não sei.
Talvez para ainda reviver os resquícios de suas lembranças
Dormiu velho, acordou menino.
Era menino
Era embrião.



Liliane Balonecker

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