“Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim”
Essa falta
de sentido
Essa ausência
de cores
Carência de
amores
Insossos sabores
Para onde
iremos todos?
Por que
corremos tanto?
Chegaremos
longe?
Distantes
de nós mesmos...
Corremos
para quem? Para onde?
Um abraço
nos aguarda?
Um café
sobre a mesa
Uma leve
tristeza
Um aroma
no ar
No peito
um pesar
Olho as
paredes nuas
Minhas vontades
cruas
O tempo
que passa
O sonho se
arrasta
Olho meus
olhos no espelho
O tapete velho
e vermelho
Por ele
não passarei...
O luar que
desperdicei
Os balões
nos quais não voei
Os filhos
que não terei
Estão
todos lá
Num lugar
entre o aqui e o acolá
Pego a
alça de minha mala
E vou
Deixo a
porta aberta
Propositalmente
aberta
Quero uma
vida incerta
Não temo
mais o escuro
O lugar
inseguro
Só sei que
vou
Não sei
para onde
(Nem quero
saber)
Meu olhar
não mais esconde
Meu desejo
de desviver
De ser e
não ser
De (inter)romper
Meus eus
Minhas máscaras
gastas
Já não me
servem mais
Vou pro
mundo
Para onde
não precise me distanciar de mim.

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