terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Durval


Ganhei de minha dinda
Um peixinho de presente
Logo me apeguei ao animal
E o batizei como Durval

Durval ficava no aquário
Enfeitando meu quarto de cores
Nadava pra lá e pra cá
Dançava sem sair do lugar


Não havia mais solidão
Passeava com ele na imaginação
Ele era minha companhia
Nadávamos num mar de alegria

Éramos tão amigos
Com ele eu conversava
Peixe e menina unidos
Era tudo o que eu sonhava

Um dia levei Durval pra passear
Na casa de meu amigo Rodrigo
Claro que foi escondido
Minha mãe nem ia desconfiar

Meu amigo tinha um outro peixe
Maior que o Durval
Achei que se dariam bem
Nisso não havia nada de mal

Coloquei os dois peixes no mesmo tanque
Que singela amizade!
Entre peixes inocentes
Não haveria falsidade

Mas quando dei uma bobeira
O Durval desapareceu
Fiquei até com tonteira
Minha vista escureceu...

O que teria acontecido?
Não havia explicação
Meu Durval havia sumido!
Depois de muito pesquisar
Cheguei a uma triste conclusão...

O peixe do Rodrigo
Era um tremendo traíra
Fingindo-se de bonzinho
Devorou o amigo...

Fiz um grande barraco
Chorava, gritava e esperneava
Será que se abrisse a barriga do traíra
Meu Durval eu recuperava?

A baleia vomitou Jonas
Na praia, na beira do mar
Será que o peixe traíra
Sabia vomitar?

Pedi pelo amor de Deus
Mas nada adiantou
O traíra nem se moveu
Deu um arroto e me ignorou

Foi aí que eu, uma pobre criança
Planejei minha doce vingança
Dei uma lição no peixe abusado
Sabe o que fiz?
Comi peixe assado.





Liliane Balonecker

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