sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Uma princesa...

Desprovida de certezas
a moça, leve, se vai

Carrega pouca bagagem
pois aprendeu que a vaidade
é apenas peso inútil
que atrasa o caminhar

Ela caminha descalça
pois aprendeu que os pés nunca devem esquecer
do sabor acre do chão

Recusou amores, tesouros e facilidades
Rejeitou fartura, títulos e comodidade
Nunca abriria mão de sua autenticidade
seus sonhos genuínos eram sua felicidade

Uns a chamaram de louca
Outros a conclamaram sábia

Nem ouviu as injúrias
Fez-se surda aos aplausos
Ela pouco se importa com a alheia opinião
Mira apenas o seu pobre coração

Uma vez lhe disseram que o coração era um inimigo enganoso
"O meu não", retrucou ela, com firmeza
"Sei ouvir a sua voz e com ele tenho intimidade".

Sei o que é sofrer
Sei o que é se alegrar
Sei dividir o pão
Sei bem o que é compartilhar.

E diante de minhas incertezas,
algo que bem sei é que aqui eu não quero ficar.

E virou-se rumo a seu próprio destino

Moça, mas vais para onde?!

Não sei.
Só sei que vou.
Só sei que parto.
Para onde meu coração mandar.
Para onde não haja espelhos
Para onde eu possa sonhar...



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