que em mim envelhece,
não sou eu.
Esse triste olhar,
que em mim anoitece,
não é meu.
Essa face corada,
que em mim enrubesce,
não revela meu recato [(quase)inexistente].
Essa máscara,
que esconde meu rosto
Não fui eu quem colocou.
Esse estranho corpo,
que veste a minha alma
não é capaz de conter meus sonhos.
[Nele não me enformo,
sobram muitas de mim].
Voo alto em desatino
Mas meus pés permanecem no chão.
Grito alto em desalinho
Mas o silêncio cala meu som.
Essas outras, que em minha pele habitam,
Essas sim sou eu
Aprisionadas, intimidadas, encurraladas.
E percebo:
Sou uma, sou várias
Todas elas vivendo aqui
bem no profundo de mim.
E não te enganes:
essa aí que te mira no espelho
esconde muitos segredos
envoltos bem dentro de ti.
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