sábado, 28 de outubro de 2017



Olhei o quadro na parede e por meio minuto tive a vaga impressão de que quem me olhava era a pintura reproduzida naquela tela e, num silencioso sobressalto, vi a todos nós como personagens de uma obra engendrada por um autor que sorri com o canto do lábio, ironicamente, rindo de nossa condição de meros personagens de uma obra ficcional eternamente inacabada. E por um breve instante percebi: Degladiamo-nos todos, como bonecos-fantoche, e a voz que ouço é de ventríloquo, os movimentos, de marionetes, e os personagens, em suas redundantes vaidades vãs, nem se dão conta de que apenas aguardam sua hora de sair de cena.

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