terça-feira, 14 de novembro de 2017

Moça (II)

Ah, moça, se soubesses a força que tens...
Se pudesses ver o brilho do teu próprio olhar
Jamais duvidarias dos sonhos
Que insistem em acordar tuas madrugadas
E te colocar num mundo de fantasia
Onde o céu é mais anil que essa noite de sombria escuridão
Em que firmas teus pés descalços

Moça, não culpes as estrelas por não brilharem em teu céu
As luzes tu insistes em apagar
Mas elas não apagam, tu que fechas os olhos
E de tanto fechá-los, crês que ninguém pode te ver
Mas eu te vejo, moça...

Vejo tuas mãos tentando segurar o vento
Vejo teus pés correndo contra ti mesma
Na esperança de fugir dos medos que te perseguem
E nessa velocidade frenética com que corres de ti mesma,
Tentas preencher teus vazios com escuridão

Não enxergas a beleza que carrega em teus olhos tristes
Que miram sempre o longe
Sim, há tanta beleza na tristeza
Eu sei que há
Mas também é bonito ser feliz por nada,
Mesmo que dure apenas um instante fugidio

Permita-te ousar, moça.

Encares teus olhos no espelho e tentes te enxergar
Liberte-te de ti mesma
Ainda há caminho após a curva da estrada
Ainda há lágrimas esperando para chorar amores fortuitos
Ainda há tempo
Por pouco tempo, ainda há tempo
Saias desse casulo e contemples as asas coloridas que já começaram a se erguer
Metamorfoseie-se!


Nenhum comentário:

Postar um comentário